segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A reta

Foto: André Pansonato


- "Sabem de uma coisa? Estamos mais perto do Japão." Com esta frase, a Carol resumiu nosso terceiro dia de viagem: uma reta sem fim em direção ao oeste da Argentina. Aliás, pérolas resultantes do cansaço e da ansiedade foram frequentes. São alucinações divertidas que a estrada nos proporcina.

Dia 3 - 28/12

Resistencia - San Salvador de Jujuy (900km)

Aqui tínhamos um longo caminho pela frente - de Resistencia a Salta, pela RA 16. Pelas nossas contas, foram quase 900 km em uma reta sem fim. Saímos cedo para render o dia na estrada, mas não funcionou muito. Nos perdemos demais na saída de Resistencia. As informações que nos davam eram desencontradas e o mapa não ajudou. No fim, descobrimos o motivo da confusão: há duas saídas nos dois extremos da cidade, e ambas levam à mesma estrada. Perdemos um tempinho nesta brincadeira...


Namorada que o Abu arrumou em Resistencia
Foto: André Pansonato


Em nossas pesquisas, lemos que nesta reta há poucos postos de gasolina. A recomendacão, portanto, é de que os viajantes abasteçam sempre que encontrarem um. Logo no primeiro, paramos na bomba e o Heitor pediu, com sotaque espanhol, "gasolina". O homem do posto entendeu "gasoil", o que na Argentina significa diesel. Lógico que descobrimos isso somente depois de o frentista encher o tanque do "Águia negra" com 90 pesos de diesel. Perdemos mais um tempo tirando o "gasoil" do carro dos meninos...

Mutirão para empurrar a S1o do Heitor


Ah! A informação sobre a quantidade de postos nos pareceu um pouco desatualizada. Avistamos postos a cada 200 km, aproximadamente. De qualquer forma, é bom evitar riscos, já que alguns postos podem estar desativados ou sem combustível...

O dia na estrada foi tranquilo para a maioria. A reta parece sem fim e, aos poucos, a paisagem da província de Chaco começou a se parecer com um deserto. Para mim, não foi muito bom. Algo aconteceu por dentro que passei mal o caminho todo, o que aumentou também o número de paradas na estrada.

Fim do dia - Íamos até Salta, mas por termos perdido uma entrada na estrada, descobrimos que era mais viável dormir em San Salvador de Jujuy, na província de Jujuy. Ao chegarmos, ficamos impressionados com a cidade. Às 23h, o movimento era intenso. Crianças fazendo dancinhas típicas na Praça Belgrano, adultos em volta aplaudindo, jovens, idosos, mulheres, enfim, todos andando de um lado pro outro. Depois dizem que São Paulo é uma cidade que não dorme. É porque não conhecem Jujuy.

"Eu moraria em Jujuy"
Carol

Ficamos hospedados de frente para a praça, no Hotel Internacional de Jujuy. Não era 100%, mas foi o melhor custo benefício que encontramos. Tudo lá é muito encarpetado. A vantagem é que o quarto quádruplo é dividido em duas partes, o que permite mais espaço para a acomodação das bagagens e o trânsito dos hóspedes. O banheiro é bom e o café da manhã, ok.

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