terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O retorno

Dia 15 (9/1)

Puerto Iguazu - Curitiba - São Paulo (1.205 km)

O último dia da viagem foi, para variar, bastante corrido e longo – começou às 6h. Na fronteira,
aproveitamos para trocar por reais os "restos mortais" de pesos argentinos que estavam nas bolsas e esperamos uma pequena fila para carimbar nossos passaportes.

Uma passadinha no Duty Free da fronteira estava no roteiro. Antes, porém, fomos a Foz do Iguaçu trocar o óleo da Pajero. Funcionários da autorizada da
Mitsubishi, a Brizza Motors (Av. Paraná, 803), nos atenderam muito bem.

No Duty Free, fizemos uma espécie de Supermarket, aquele programa que era exibido, em meados da década de noventa, pela Bandeirantes – em que os participantes tinham de fazer as compras no mínimo tempo possível. Estipulamos 30 minutos para as compras, o que incluiu bebidas alcóolicas, chocolate e uma jaqueta. Nós quatro nos separamos na entrada do Duty e nos encontramos na saída, EXATAMENTE meia hora depois.

Depois, voltamos a Foz para fazer saques no Banco do Brasil. Pegamos a BR-227 ao meio-dia. O almoço foi em um posto de estrada, com direito a arroz e feijão, para matar a saudade. Chegamos a Curitiba às 20h45, direto no hotel Lumini, o mesmo do primeiro dia da viagem. Enquanto eu e a Naty ficávamos, a Carol e a Laila seguiram até São Paulo.

O dia seguinte

Eu e a Naty aproveitamos o domingo (dia 10/1) para reorganizar as malas e assistir ao filme do Lula (o filho do Brasil). Fomos ao aeroporto com a falante Teka, uma goiana que mora em Curitiba há mais de 10 anos. Ela nos contou as peripécias de ser uma mulher taxista.


Na sala de embarque do aeroporto Afonso Pena, minutos antes de entrar no avião, ouvi uma mulher e duas adolescentes hispanohablantes tentando falar o português... "Gafas ellos dicen óculos solares", explicou uma delas.

De costas, eu sorri. Para mim mesma, claro. Fiquei lembrando das nossas tentativas de comunicação no idioma espanhol durante as duas semanas desta viagem. E de como estranhamos ao voltar ao Brasil e hesitar nas primeiras frases em português. Sorri também por perceber que muitos se esforçam para que haja uma integração entre nossos países, ainda que os idiomas preguem suas peças, de vez em quando. Mas que vale a pena tentar, vale!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A missão

Missão jesuítica de San Ignacio Mini
Foto: Marina Mercante

Dia 14 (8/1)

Corrientes - Puerto Iguazu (622 km)

Por estarmos em um hotel maravilhoso, resolvemos dormir até mais tarde um pouco. Tomamos um café da manhã em estilo self-service, mas nada que nos surpreendesse - medias lunas e o básico do café argentino. Vimos em um panfleto que Corrientes tem um museu de artesanato no centro. Chegamos lá empolgadas pra comprar, mas só havia uma lojinha vendendo coisas sem muita graça.

Seguimos para Puerto Iguazu. A viagem foi tranquila. A estrada estava melhor e o sol voltou a aparecer. No caminho, dois policiais de trânsito nos pararam interessados em conseguir alguma grana pro cafezinho, mas como já estávamos descoladas, não deu certo. Pediram para ver os equipamentos de segurança - triângulos. Muito solícitas, saímos as quatro do carro falando que tínhamos dois. Abrimos o porta-malas lotado e as coisas começaram a cair no chão ... uma trapalhada. Quando o guarda percebeu que era necessário tirar todas as bagagens, desistiu e nos mandou ir embora.

Missiones - Fizemos uma parada na cidade de Posadas para visitar a Missão Jesuítica de San Ignacio Mini. Segundo o guia local, das onze missões existentes na Argentina, esta é a que se encontra mais conservada. Dotada de aparatos tecnológicos, a San Ignacio é muito bem estruturada e conta a história da catequização dos índios guaranis. Foi muito interessante.

Em Puerto Iguazu dormimos na mesma hostería – a La Cabaña. O dono do local, Seu Juan, nos reconheceu, ficou feliz com o nosso retorno e deu até um descontinho - o quarto quádruplo saiu por 200 pesos (sem desconto, seriam 240).

domingo, 10 de janeiro de 2010

A Costanera

Dia 13 (7/1)

Santiago del Estero - Corrientes (630 km)

Um taxista camarada nos ajudou a sair de Santiago del Estero. A ruta 34, que leva à província de Chaco, tem trechos muito ruins. Para complicar, a chuva demorou a dar trégua. Mas a viagem foi tranquila. Em uma cidadezinha chamada Taboada, é preciso virar à esquerda para tomar a ruta 89, na qual o asfalto melhora consideravelmente.

Para terminar, antes de Avia Teray, pega-se a ruta 16 (aquela reta "interminável" da viagem de ida). Uma volta em Resistencia foi suficiente para captar a mensagem das esculturas espalhadas pela cidade. Elas podem estar em qualquer rua e não impressionam pela grandeza. Mas enfim, tudo pelo currículo, novamente. Como estava cedo, decidimos ir até Corrientes.

"Eu moraria em Corrientes"
Carol

A cidade é muito agradável, de fato. Banhada pelo Rio Paraná, possui uma avenida Costanera, cheia de cassinos, bares e restaurantes. Tem até quiosques no calçadão. Uma graça. O centro, por outro lado, é tumultuado demais, mas "dá naaaaada".

Vista do Rio Paraná a partir da Costanera
Foto: Marina Mercante

Eis que encontramos o hotel Top 5 da viagem: o La Rozada. A diária é salgada (480 pesos), mas valeu pelo descanso e pelo banho maravilhoso. Na verdade, trata-se de um apart hotel. Tem cozinha e dois banheiros.

Top 5 também no jantar. Atendimento bom, crepe delicioso e a ótima cerveja Patagônia. Mas não nos lembramos do nome do restaurante, uma pena :/

As ruínas de Quilmes


Vista aérea das ruínas de Quilmes

Foto: Marina Mercante

Dia 12 (6/1)

Cafayate - Santiago del Estero (354 km)

Fenômeno raro durante toda a viagem, a chuva resolveu aparecer em Cafayate. E forte. Acompanhada dela, pagamos o hotel e nos despedimos da cidade. O café da manhã, servido em uma padaria na praça central, ficou para outra vez. Era comer ou ficar encharcada. Optamos pelas roupas secas.

A uns 55 km de Cafayate em direção a Tucumán, estão as Ruínas de Quilmes. Elas são conhecidas como a Machu Picchu argentina. Em termos de tamanho, a comparação é exagerada, mas a lógica é bem parecida. Lá também foi território inca e há, em meio a um vale coberto por cactos, vestígios das casas dos índios Quilmes. A cidade, construída na encosta da montanha, possui inteligente sistema hidráulico, marcante característica incaica. Para conhecer o local, paga-se 10 pesos por pessoa. Quando chegamos lá, não chovia mais, mas o sol também não apareceu. Para completar o dia, conhecemos o Museu Pachamama, em Amaicha del Vale. A entrada custou 10 pesos também.



Museu Pachamama

Foto: Carolina Mercante

Sem tempo para conhecer San Miguel de Tucumán, dormimos em Santiago del Estero, um pouco mais à frente. O hotel escolhido foi o Libertador, na Calle Catamarca, por 355 pesos o quarto quádruplo. Caro para a limpeza oferecida. O carpete estava molhado e o ar condicionado é das antigas. Valeu pela internet rápida que eles disponibilizam. Há ainda um restaurante muito bom que, no dia seguinte, nos "reapresentou" ao café da manhã estilo norte-americano. Ou seja, a gente se serviu e comeu à vontade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A quebrada e os vinhos

Notícia do dia: El adiós a Sandro (Sandro é um cantor e ator muito famoso pelas bandas de cá. A comoção foi geral, inclusive nossa. Achamos que é como se morresse o Roberto Carlos no Brasil)


Dia 11 (5/1)

Salta - Cafayate (186 km)

Provavelmente pela décima vez, montamos o quebra-cabeça de malas no bagageiro. O percurso para Cafayate foi pela Ruta 68. São 186 km de distância, percorridos em cerca de 3 horas. A Quebrada de Cafayate começa após uns 100km, com uma serra avermelhada e formações rochosas como a Garganta del Diablo, o Anfiteatro, o Sapo e o Obelisco.


Músico salteño no anfiteatro
Foto: Marina Mercante

Mais uma estrada maravilhosa, para delírio dos olhos. No anfiteatro, encontramos um músico salteño que morou durante um ano na Chapada dos Guimarães (MT). Em nossa homenagem, ele tocou Admirável Gado Novo, do Zé Ramalho.
"Eu moraria em Cafayate"
Carol

Em Cafayate, nos hospedamos no hotel Tinkunaku, a 260 pesos o quarto quádruplo e localizado a uma quadra da praça principal. Tem quartos bons, piscina e estacionamento. A água do chuveiro sumiu por um tempinho, mas voltou. A piscina foi providencial, já que o calor estava intenso.

Uva na vinícola El Esteco
Foto: Marina Mercante
Cafayate, no extremo sul dos Valles Calchaquies e a 1.660m acima do nível do mar, é terra de vinhos de altitude, o que concede à bebida um sabor diferenciado, de acordo com especialistas. Paramos na Bodega Vasija Secreta, a mais antiga de Cafayate, com mais de 130 anos, mas o tour guiado já estava no fim e, sem saber, "beiramos" a degustação. Visita de verdade foi na bodega El Esteco, a 20 pesos por pessoa. Uma guia muito simpática tratou de explicar a fabricação dos vinhos. A vinícola é linda e enorme.

Cafayate é outra cidade argentina com vida noturna muito agitada, em especial nos restaurantes e bares ao redor da praça 20 de Febrero (ou praça principal), nosso destino final do dia. Lá, há um Mercado Artesanal, na Avenida Guemes.

O teleférico

Teleférico de Salta
Foto: Marina Mercante


Notícia do dia: Muere Sandro

Dia 10 (4/1)

Dia em Salta

"Eu moraria em Salta"
Marina

Batemos perna na praça. Salta é uma cidade super movimentada e simpática. A praça cumpre bem o papel de congregação dos habitantes. A pé mesmo, conhecemos a igreja San Francisco e o Cerro San Bernardo. A subida foi de teleférico - 20 pesos por pessoa, ida e volta. A vista da cidade lá de cima é linda. Voltamos de táxi, que é bem mais barato que no Brasil. A corrida deu 3 pesos, mas com direito a motorista fumando. Aqui eles não se importam com isso, não. Fumam em qualquer lugar.



Interior do cinema Ópera
Foto: Marina Mercante


A tentativa de assistir a um filme no antigo cinema Ópera acabou no meio da sessão do Los fantasmas de Scrooge, com Jim Carrey. Sem entender nada, eu saí mais cedo e as meninas dormiram na poltrona...

À noite, conhecemos a Calle Barcalce, onde se localizam os principais bares salteños. Quase todos oferecem músicas ao vivo, muitos com danças folclóricas. Dançamos também! Logo depois de descobrirem que éramos brasileiras, claro.

A separação

Notícia do dia: Sandro está muy mal

Dia 9 (3/1)

San Pedro - Salta (630km)

Em San Salvador de Jujuy, conhecemos um mineiro durante o café da manhã que nos sugeriu uma passagem por Cafayate e pelas Ruínas de Quilmes. Para isso, teríamos de ir mais ao sul de Salta. Depois de muito conjecturar, decidimos aplicar mudanças ao roteiro. Foi então que cortamos um dia de estada em San Pedro. "Cortamos" também relações com a equipe Pantanal I. Seus integrantes, mais à toa que a gente, seguiram para Córdoba e Buenos Aires - tudo para tirar uma foto da bandeira do Mixto no La Bombonera.

A passagem pela fronteira foi rápida, bem como a pela aduana argentina. É preciso devolver a autorização do ingresso das pessoas e do veículo no país. Não revistaram o carro - nossos pisco sours ficaram intactos!

Voltamos a Purmamarca pela Cuesta del Lipán e a admiração foi ainda maior. Os olhos não se cansam de ver aquelas imagens. Há cactos gigantes e montanhas de cores diversas. É como estar dentro de uma maquete gigante. A estrada é em caracol, mas o retorno foi bem mais simples que a ida, já que estávamos em descida. Conseguimos manter uma média de 60km/h. Na ida, em alguns trechos, o carro não passou de 20km/h.



Bastante espaço para os carros passarem
Foto: Marina Mercante

"Esta estrada parece a pista do Mãe Bonifácia (parque cuiabano)"
Laila

Em Purmamarca, pausa para compras. Percebemos que o artesanato de lá, em geral, é similar ao de San Pedro. E muito mais barato. Então, fizemos o trecho entre Jujuy e Salta pela Ruta 9, na placa que dizia "por la corniza". Só depois descobrimos o que era. Uma estrada de mão dupla com espaço para apenas um carro e, pasmem, com faixa contínua! Ela contorna a montanha, na beira de um abismo (a tal corniza). É lindo. Há pessoas fazendo piquinique na beira da rodovia, além de vacas e cavalos desfilando pelo local. Cenário de filme, mas que dá medo, dá. Percorremos 186 km em 3h e meia.

Em Salta, dormimos no Plaza Hotel Salta, bem em frente à Plaza 9 de Julio. 300 pesos por um quarto quádruplo. É antigo, mas é limpo e o quarto é espaçoso. Não tem estacionamento, mas é possível deixar o carro em uma garagem na quadra ao lado, por 30 pesos a diária. Só um detalhe: eles dizem que tem internet, mas é blefe. Nunca funciona. Os computadores do norte argentino (pelo menos aqueles que conhecemos) ainda estão na geração 386.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O radiador

Dia 8 (2/2)

Dia em San Pedro

Último dia de passeio guiado. Hora de conhecer as Lagunas Altiplânicas. O guia era um cara esforçado, mas meio atrapalhado. No dia anterior, ele havia dito que os piores turistas eram os brasileiros, que não davam gorjeta. Pra não perder o costume, também não demos.

A primeira parada foi meio esquisita. Arvorezinhas no meio do nada, chamadas pelo guia de floresta do deserto. Deve ser o bioma parque chileno, né? Enfim, trata-se de um manejo florestal bem pequeno que a prefeitura plantou para evitar o avanço das dunas rumo à cidade. Resumo da ópera: cinco dos nove poços da cidade secaram...

Laguna Miskanti
Foto: Marina Mercante


A partir de então, o ônibus começou a subir muito. Em meio a uma paisagem bastante árida, o bus ficou infestado de poeira. Quando já estavamos pensando se aquilo valeria tanto esforço, veio a recompensa: avistamos outra paisagem TOP 5 da viagem, a Laguna Miskanti. Fantástica! Cores inacreditáveis! Na sequência, a Laguna Miñiques, bela também. Sim, valeu a pena tanta poeira.

Na volta, paramos em um povoado para almoçar. Segundo a maioria do grupo, o melhor almoço da viagem: sopinha caseira de legumes, carne ao molho com ARROZ (isso não existe muito por aqui) e quinoa, além de uma maçã verde de sobremesa.

Para fechar, iríamos conhecer a cidade de Toconao e a Quebrada de Jerez. Mas no meio do caminho o radiador do ônibus furou e nos arrastamos em segunda marcha até Toconao. Lá, o mecânico deve ter colado com cuspe. Nao sei. Só sei que foi assim. Voltamos a San Pedro sob uma sensaçao térmica de 800 graus.... ou quase isso.

Para compensar o almoço, o jantar entrou para o TOP 5 dos piores... uma tentativa de risoto de queijo. Nem o garçom sabia de que era feito! Após comprar algumas lembrancinhas e colocar garrafas de pisco sour nas malas, estávamos prontos para partir no dia seguinte.

Ps: As fotos estão indisponíveis temporariamente. Não encontramos leitores de DVDs nos computadores chilenos.

O sal

Dia 7 (01/01/2010)

Dia em San Pedro
Às 11h, o café da manha ainda estava na mesa. Mais tarde, uma busca incessante sob um sol forte por um restaurante para o almoço, mas feriado é feriado e quase tudo estava fechado. Acabamos comendo um misto com omelete e suco, tudo pela "bagatela" de 28 reais por pessoa. Como San Pedro é cara!!!

O passeio do dia saiu às 16h, rumo às Lagunas Cejar e Piedra. São lindas e, por conta do excesso de sal na água, os banhistas flutuam sem o menor esforço. Nao é possível afundar lá. Experiência bem interessante. Depois, houve uma parada nos Ojos del Salar, duas lagoas com muito enxofre e menos sal. O cheiro é forte, mas não impediu que pulássemos. Tudo pelo currículo...

Para terminar, a cereja do bolo: o pôr-do-sol em um salar na beira do vulcão Licancabur, na Laguna Tebenquiche. A pouca água no local dá mais charme à cena. Uma das Top 5 paisagens da viagem. A agência ofereceu Pisco Sour, batatinha e amendoim. Voltamos às 21h30 e, imundos, terminamos em uma pizzaria - o melhor jantar durante a nossa estada no Chile.


Laguna Tebenquiche
Foto: Marina Mercante

A virada


Valle de La Luna
Foto: Marina Mercante

Dia 6 (31/12) - continuação

Dia em San Pedro

O dia foi movimentado! Às 16h, começou o passeio para o Vale da Lua, a 16km de San Pedro. Dessa vez, o guia era um cara meio estranho e falava mal de brasileiros. Mas enfim, nada que abalasse nossa diversão. O local é o mais parecido com a ideia que temos de deserto, com dunas de areia para todos os lados, um sol a pino e ventos que formam redemoinhos em várias partes. Assistimos ao pôr do sol em cima de uma das dunas. Há formações rochosas peculiares, como a Tres Marias, um rochedo de pontas, e o Anfiteatro, que, como o nome sugere, remete a uma arena. Antes disso, ainda tivemos direito a um passeio dentro de uma caverna bem apertada - os guias disponibilizam lanternas. Lembre-se: leve muita água, óculos de sol e chapéu para este passeio.


"Chi chi chi
Le le le
Viva el Chile!"

O retorno para San Pedro foi às 21h30. Nao tínhamos reservado ceia e TODOS os restaurantes estavam lotados. A solução foi comer um sanduíche bem mais ou menos no La Pica de Michel (ver post anterior). Pelo menos conseguimos comprar algumas garrafas de Pisco Sour, para nos acompanhar no Brazilian Day edição Atacama 2010. O evento, organizado por nós mesmos, foi um sucesso de público. Começou tímido, com os siete colores (vulgo: nós) e um violão na praça da cidade. Logo a música chamou a atenção dos brasileiros e, em seguida, dos chilenos borrachos... Enfim, a noite acabou às 4h, após vários pedidos de músicas "super" atuais, como La boquita de la botella (vulgo: Na boquinha da garrafa) e Bebete "Bambora". Para completar, um emo chileno tratou de tocar músicas pop locais... então tá!

Uma tradição interessante dos chilenos na virada do ano é a tortura e a queima de bonecos de pano que simbolizam o mal do ano que passou.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O frio cortante


Geyser El Tatio - Deserto do Atacama
Foto: André Pansonato


"Esse frio acaba com o moral de qualquer homem!"
Heitor, o bombeiro


Dia 6 - 31/12 - 1ª parte


Dia em San Pedro

Nosso primeiro passeio agendado no deserto era conhecer os Geysers El Tatio, a 4.300m de altitude. O ônibus da agência nos pegou no hostal às 4h. Nao foi muito fácil acordar. O cansaço já estava forte. A dona do Hostal, Ester, deixou nosso café pronto para levarmos no passeio. Ela é muito gentil. Café: sanduíche pão com queijo, iogurte e suco de laranja de caixinha (aliás, foi esse mesmo café da manhã todos os dias).

Foram duas horas de viagem no ônibus para chegar aos geysers (94km). No final do percurso, a nossa guia, uma francesa com cara de hippie, mandou a frase fatal: "a temperatura lá fora é de 8 graus negativos". Assim começou o desespero dos cuiabanos e da candanga acostumada ao calor amazonense. A maioria de nós estava com calça de tactel e moleton... "Ainda bem que eu fui malandro e coloquei uma cueca e uma blusa por baixo do moleton", ressaltou Heitor, com os lábios roxos e os dedos praticamente congelados.

A agência havia recomendado que fôssemos bem agasalhados e levássemos roupa de banho. Acho que a maioria levou mais a sério a parte da roupa de banho. Ainda bem, assim as toalhas viraram cachecóis. O frio era muito intenso, tanto que os dedos dos pés e das mãos endureceram.

Apesar da sensação térmica "agradável", os geysers são muito interessantes. São buracos no chão que jorram água muy caliente. Em resumo, essa água vem do encontro da lava inativa de dentro do vulcão com os lencóis freáticos que fervem e que, por causa da pressão, vão direto para a superfície. Essa atividade cessa por completo por volta das 10h. Por isso a necessidade de chegar bem cedo ao local. São dezenas de geyseres, de vários tamanhos e intensidades. Com gelo nos ouvidos, confesso que foi difícil ouvir todas as explicações da guia francesa. O local tem muito vapor e o cheiro de enxofre é fortíssimo. Durante o passeio, a temperatura baixou mais um pouquinho: bateu 12 graus negativos! Vale a dica: não subestime a temperatura... ah, e leve água para beber.

Lá mesmo tomamos um café da manhã oferecido pela agência. Café com leite e chocolate quente esquentados nos próprios geysers, além de pão seco com queijo. Aliás, nos pareceu um costume da região: comer pão bem seco apenas com uma fatia de queijo.

Fizemos uma segunda parada para observar mais geysers e algumas lagunas termais. Mas só uma pessoa do nosso ônibus teve coragem de tirar a roupa e entrar na água - claro, nao foi do nosso grupo. A partir daí o sol começou a aparecer e o frio desistiu de tentar nos matar... À medida que a temperatura vai subindo e o sol surgindo, formam-se contraluzes no local. A fumaça que brotam do chão ficam com uma altura ainda maior. O cenário é espetacular.

No caminho de volta passamos por paisagens belíssimas. Vimos bichos que vivem em altitudes elevadas. Entre eles, havia uma mistura de coelho com esquilo e as vicunhas (parecem o bambi). Essas, sem nenhum pudor, acasalavam nos arredores da estrada.

Fizemos uma parada também em um pitoresco povoado chamado Machuca. Lá tem um monte de casinhas de adobe, mas só moram seis habitantes, que estavam vendendo espetinho de lhama pra gente. O local vive em função do turismo. Voltamos no ônibus meio dormindo, meio ouvindo as explicações da francesa.

Chegamos ao hotel por volta das 13h. Um pouco mais tarde do que o combinado pela agência. Aliás, todos os passeios que fizemos atrasaram a hora da volta. Tomamos banho e fomos para a cidade telefonar e almoçar. Neste dia conhecemos o restaurante "La Pica de Michel". Que nos acompanhou por toda a viagem...





Foto: Marina Mercante

A chegada

Dia 5 (30/12)

Purmamarca - San Pedro de Atacama (400 e alguns km)

Após mais um café da manha continental, com direito a chá de coca, saímos de Purmamarca às 11h. O destino era, finalmente, a cidade de San Pedro do Atacama, base para explorar o deserto. O trecho, pela Ruta 52, tem menos de 500 km. É pouco, mas sabíamos que seria demorado, já que é um caminho maravilhoso e teríamos de parar várias vezes para fotografá-lo. A estrada começa com montanhas gigantescas, de cores diversas. O carro sobe pela Cuesta del Lipán, um ziguezague de estradas, em forma de serpente, com curvas muito fechadas e, em geral, abismos do lado direito.

Cuesta del Lipán, nas proximidades da fronteira com o Chile
Foto: Marina Mercante


Os automóveis também sentem os efeitos da altitude (chegamos a 4.170 metros acima do nível do mar) e, em algumas partes, não passam de 40km/h. Isso com o pé afundado ao máximo no acelerador. Outra surpresa extremamente agradável foi a passagem pelas Salinas Grandes, um deserto de sal na beira da rodovia - ali existiu uma lagoa que secou e converteu-se na capa salgada de 1.500 km2. É lindo, brilhante e divertido, como todo deserto de sal :) Acho que a imensidão branca mexe com a seriedade de qualquer ser humano. Veja o exemplo abaixo!

Salinas Grandes
Foto: Marina Mercante


Também cruzamos com lhamas super educadas e com o imponente vulcão Licancabur (já no Chile), uma espécie de entidade sagrada que protege os menos de 500 habitantes de San Pedro. A entrada no Chile foi tranquila. Carimbamos os passaportes e apresentamos os documentos dos respectivos carros. Ainda tivemos de passar as bagagens por uma esteira. Sem stress... tirando o fato de eu quase ter esquecido minha bolsa por lá. Tudo bem, culpa do cansaço e da fome! San Pedro do Atacama tem menos de 5 mil habitantes e fica nas proximidades da Cordilheira dos Andes. Dizem que é o melhor ponto-base para desvendar o deserto.

Foto: Marina Mercante

Quando chegamos, já era noite e, por isso, foi mais chato para achar o centrinho da cidade. Mas ela é tão pequena que não demoramos tanto. Fomos direto à agência de turismo Atacama Connection, na qual os passeios dos três dias seguintes já estavam reservados. Como havíamos transferido do Brasil a metade do valor (pela Western Union), era a hora de pagar o restante. O problema foi que a cidade estava lotada (inclusive de brasileiros) e as casas de câmbio já estavam com pouquíssimos pesos chilenos. Pagamos a maior parte em dólar e deixamos para trocar o dinheiro no dia seguinte. Depois coloco aqui os preços dos passeios - Geyser El Tatio, Valle de la Luna, Laguna Cejar e Lagunas Altiplânicas.

Ainda na correria (férias para descansar? o que isso significa?), fomos ao hostal El Monte, que também estava reservado. É um pouco afastado, mas muito legal. A dona do local, Ester Salvatierra, esperava por nós. Os quartos são pequenos, mas quentinhos e arrumados. Há ainda internet na sala de estar e é possível lavar roupa a 5.000 pesos chilenos. Por fim, voltamos ao centro para jantar. Nesta viagem, sempre comemos tarde e com muita fome. Resultado: sempre saímos dos restaurantes "daquele jeito", de taaaaanto comer! Além do mais, descobrimos que todo prato individual serve para duas pessoas. E, quando quisemos dividir, não foi suficiente! rs

Dormimos logo porque no dia seguinte teríamos de estar de pé às 4h da madruga!!! Nem imaginávamos o que vinha pela frente...

-> Preços dos passeios pela Atacama Connection:
Total: 71.000 pesos chilenos por pessoa
Geyser El Tatio: 20.000 + 3.500 (entrada)
Valle de la Luna: 8.000 + 2.000 (entrada)
Laguna Cejar, Ojos del Salar e Laguna Tebinquinche: 15.000 + 2.000 (entrada)
Lagunas Altiplanicas + Salar de Atacama: 28.000 + 6.000 (entrada)

Obs.: as entradas são pagas nos dias dos passeios, é preciso levar o dinheiro trocado.
Obs.2: Todos esses passeios são feitos em vans da agência. Nossos carros ficaram no hostal, que tinha estacionamento. Para se locomover na cidade, também não é preciso carro. O El Monte é meio distante do centro, mas se houver disposição para andar, sem problemas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A quebrada de Humahuaca

S10 pronta para mais um dia de viagem
Foto: Marina Mercante
Dia 4 - 29/12

San Salvador de Jujuy - Humahuaca - Purmamarca (135 km)
Pela manhã, os três mosqueteiros foram atrás de uma autopeças para trocar a lâmpada direita da S10, que havia queimado. Após eu e a Naty acordarmos no susto (mais eu, confesso) por causa do sino da catedral tocando ao lado do hotel, arrumamos as malas para seguir viagem. Mais uma vez, o café da manhã foi continental. É mania por aqui. Eles trazem tudo de uma vez e a gente fica sonhando com frutas e mais suco de laranja... o suco costuma ser apenas uma "amostra grátis"!

Carro consertado, malas prontas e mapa na mão, seguimos para Purmamarca, uma cidadezinha com menos de 500 habitantes, ao norte de Jujuy. O trajeto foi rápido, pela Ruta 9, com apenas 65 km de distância. A estrada é muito interessante, com morros esverdeados e enormes.



Chegamos a Purmamarca antes de meio-dia. Aproveitamos para tirar fotos em frente ao Cierro de Siete Colores, uma montanha colorida que fica bem no meio da cidade e muda de cor conforme o horário, por causa da luz do sol. É um cartão postal puro, nem precisa de retoques.


Cierro de Siete ColoresFoto: André Pansonato
Cierro de Siete Colores "boys band"Foto: André Pansonato

"Eu moraria em Purmamarca - por uns seis meses"
Natália Lambert

Decidimos por ficar no hostal Posta de Purmamarca (90 pesos por pessoa), que se mostrou uma ótima escolha. Os quartos são limpos e bem decorados. O quádruplo é extremamente amplo, já o triplo nem tanto. E sim, o café da manhã é continental. Deixamos a bagagem e seguimos para Maimará, Tilcara e Humahuaca. Todas fazem parte da chamada Quebrada de Humahuaca, uma região com montanhas coloridas e cactos gigantes. Foi um dia de empolgação total. Ficamos impressionados com as imagens que estavam na nossa frente. E aqueles povoados perdidos no meio de uma imensidão, como se fossem cidades abandonadas... lindo.

Em Humahuaca contratamos um guia por 40 pesos para que nos levasse a um cacto com 11 metros de altura e mais de 1100 anos de existência e a um lugar com pinturas rupestres. O guia era meio doido, mas valeu a experiência. Na volta, procuramos a Paleta del Pintor, uma coleção de montanhas coloridas, com jeitão de pintura mesmo.
Paleta del Pintor, ao lado do povoado de Maimará
Foto: Marina Mercante
À noite, enquanto eu pagava para gravar minhas fotos no pen drive - não trouxe o cabo da máquina e o hostal não tinha internet -, aproveitamos para jogar Foda-se (jogo de baralho) e tomar uma cerveja Salta. O dia, em resumo, foi lindo. Daqueles que a gente lembra como é bom estar vivo para ver alguns lugares bem de pertinho...

A reta

Foto: André Pansonato


- "Sabem de uma coisa? Estamos mais perto do Japão." Com esta frase, a Carol resumiu nosso terceiro dia de viagem: uma reta sem fim em direção ao oeste da Argentina. Aliás, pérolas resultantes do cansaço e da ansiedade foram frequentes. São alucinações divertidas que a estrada nos proporcina.

Dia 3 - 28/12

Resistencia - San Salvador de Jujuy (900km)

Aqui tínhamos um longo caminho pela frente - de Resistencia a Salta, pela RA 16. Pelas nossas contas, foram quase 900 km em uma reta sem fim. Saímos cedo para render o dia na estrada, mas não funcionou muito. Nos perdemos demais na saída de Resistencia. As informações que nos davam eram desencontradas e o mapa não ajudou. No fim, descobrimos o motivo da confusão: há duas saídas nos dois extremos da cidade, e ambas levam à mesma estrada. Perdemos um tempinho nesta brincadeira...


Namorada que o Abu arrumou em Resistencia
Foto: André Pansonato


Em nossas pesquisas, lemos que nesta reta há poucos postos de gasolina. A recomendacão, portanto, é de que os viajantes abasteçam sempre que encontrarem um. Logo no primeiro, paramos na bomba e o Heitor pediu, com sotaque espanhol, "gasolina". O homem do posto entendeu "gasoil", o que na Argentina significa diesel. Lógico que descobrimos isso somente depois de o frentista encher o tanque do "Águia negra" com 90 pesos de diesel. Perdemos mais um tempo tirando o "gasoil" do carro dos meninos...

Mutirão para empurrar a S1o do Heitor


Ah! A informação sobre a quantidade de postos nos pareceu um pouco desatualizada. Avistamos postos a cada 200 km, aproximadamente. De qualquer forma, é bom evitar riscos, já que alguns postos podem estar desativados ou sem combustível...

O dia na estrada foi tranquilo para a maioria. A reta parece sem fim e, aos poucos, a paisagem da província de Chaco começou a se parecer com um deserto. Para mim, não foi muito bom. Algo aconteceu por dentro que passei mal o caminho todo, o que aumentou também o número de paradas na estrada.

Fim do dia - Íamos até Salta, mas por termos perdido uma entrada na estrada, descobrimos que era mais viável dormir em San Salvador de Jujuy, na província de Jujuy. Ao chegarmos, ficamos impressionados com a cidade. Às 23h, o movimento era intenso. Crianças fazendo dancinhas típicas na Praça Belgrano, adultos em volta aplaudindo, jovens, idosos, mulheres, enfim, todos andando de um lado pro outro. Depois dizem que São Paulo é uma cidade que não dorme. É porque não conhecem Jujuy.

"Eu moraria em Jujuy"
Carol

Ficamos hospedados de frente para a praça, no Hotel Internacional de Jujuy. Não era 100%, mas foi o melhor custo benefício que encontramos. Tudo lá é muito encarpetado. A vantagem é que o quarto quádruplo é dividido em duas partes, o que permite mais espaço para a acomodação das bagagens e o trânsito dos hóspedes. O banheiro é bom e o café da manhã, ok.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A propina

"She-ra" mandando ver na estrada
Foto: André Pansonato




Dia 2 (27/12)

Puerto Iguazu - Resistencia (640 km)

No café da manhã, hora de experimentar o desayuno continental - pão, doce de leite, manteiga, suco de laranja, café e leite. Frutas? Não tem, o jeito é se acostumar sem elas! Trocamos o dinheiro na casa de câmbio - nos pareceu mais vantajoso trocar dólares por pesos argentinos, mas não há problemas em trocar reais. Atualmente, o peso argentino equivale a R$ 0,50 (valor aproximado).

Na fronteira, até tentamos pegar uma autorização para o ingresso com o carro no país, mas os aduaneiros não sabiam de nada. Mais na frente, ao entrarmos no Chile, descobrimos que realmente não é preciso ter esse documento. Passaportes carimbados, mostramos a Carta Verde e a autorização da financiadora - no caso do carro da Carol. A Laila e os meninos, que entraram com RG, ficaram com um papelito dos argentinos.

Na estrada - Em nossas pesquisas, lemos muito sobre a corrupção dos policiais argentinos, especialmente na província do Chaco. Ela é real e muito irritante. Mas nosso problema ocorreu antes, ainda na província de Missiones. Entre Puerto Iguazu e Resistencia rodamos 640km, pela RA 12, com saída às 14h40 e chegada meia-noite. É uma estrada longa e cansativa. O atraso foi maior por conta das cinco ou seis paradas policiais que tivemos. Eles não podem ver placas de carro do Brasil que se empolgam!

Logo após uma dessas paradas, na saída de Santa Ana, cometemos uma "pequena" infração - ultrapassamos um ônibus em faixa contínua. Mas todos estavam fazendo a mesma coisa, inclusive uma viatura que foi atrás da gente, com dois policiais! Eles queriam que voltássemos à cidade anterior para assinarmos a multa. Mas era domingo e teríamos de dormir lá. Depois de rasgar muito o "portunhol", veio o diálogo fatal:

Marina: "¿Podemos pagar aqui?"
Policial: "Ustedes tienen una segunda chance. Nosotros recebemos una porcentagem"
Marina: ¿Cuánto es?
Policial: 150 pesos por auto.

Ele havia dito que a multa seria de 600 pesos para cada carro... enfim, como havíamos errado mesmo, optamos por pagar o que tínhamos. Juntamos nossos trocados, demos 110 pesos pelos dois carros e seguimos viagem. Não depois de ouvir um sermãozinho do policial, claro.

Mais atentos às leis de trânsito, conseguimos chegar até Resistencia. Vinte quilômetros antes, está a cidade de Corrientes. As duas são separadas apenas pela bonita ponte General Belgrano. Lá, mais uma parada policial - dessa vez apenas da TR4. O guarda insistiu que tínhamos furado o sinal vermelho. Mas tínhamos certeza absoluta de que isso nao havia acontecido. Dissemos um NÃO uníssono, a Carol pediu a filmagem da infração e o espertinho, sem ter o que fazer, nos liberou.

Um pouco antes disso, quando a noite já havia chegado, enfrentamos uma chuva de insetos. Eles invadiram o carro e morriam, aos montes, no vidro dianteiro. Parecia filme de terror! ;) Mas não é algo para desespero completo, já que é possível parar em um posto e dar uma lavadinha, mesmo que os insetos reapareçam cinco minutos depois...

Chegamos a Resistencia fisica e moralmente cansados. Ainda tivemos de ralar um pouco para encontrar o Hotel Covadonga, uma sugestão do Guia O Viajante. O hotel é caro (113 pesos por pessoa), fica em um prédio velho e os quartos pecam pela sujeira. Não recomendamos. Apesar disso, vale saber que ele é um dos melhores da cidade - se não for o melhor. Mas se puder escolher, hospede-se na vizinha Corrientes.


Foto: André Pansonato

Na estrada, contemplamos um pôr-do-sol fantástico. Compensou todos os obstáculos do dia.

La bella luna

Em frente à Garganta do Diabo, sob lua cheia
Foto: Carol, Abu ou Heitor

Dia 1 (26/12) - continuação

Demoramos cerca de uma hora para passar pela fronteira (mas ainda não fizemos os trâmites de ingresso no país, pois voltaríamos no dia seguinte). O cara só carimbou os passaportes e os RGs. Enquanto íamos ao hotel La Cabaña (já reservado), o Heitor aprendeu que na Argentina é proibido ultrapassar "la luz roja"! Levou uma multa de 1080 pesos argentinos (cerca de 600 reais) por ultrapassar o semáforo fechado.

O hotel, administrado por um casal, é razoável. Limpo, bem localizado e aconchegante. Apenas o box do banheiro deixa a desejar. Ah, e o colchão é muito mole. O bom é que ele fica um pouquinho distante do centro, consequentemente, do barulho. Pagamos 65 pesos argentinos por pessoa na diária. Foram um quarto quádruplo e outro triplo. Aqui, eu havia feito uma reserva pelo site Hospedata - de hospedagem na Argentina. Paguei com o cartão de crédito apenas 5% do valor total e o restante demos pessoalmente.


Foto: André Pansonato


Somente deixamos as malas e corremos para o Parque argentino. Ver a Garganta do Diabo sob a luz da lua cheia foi fantástico. A lua nao estava 100% completa, mas valeu a pena. Recomendamos. As imagens ficaram apenas na memória, pois nao havia luz suficiente para fotografar.

Jogatina - Depois de tanta correria, uma última "missão": conhecer um cassino da cidade. O Grand Cassino Iguazu é lindo e parece filme - comentário de quem nunca tinha estado em um! Para não sairmos em branco, jogamos em máquinas caça-níquel e apostamos apenas uma ficha na roleta... para o grupo todo, só para constar. Não vencemos, mas foi emocionante!