terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A reportagem

Nossa viagem serviu de inspiração para uma matéria que escrevi e foi publicada nos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas. Aproveito para postar por aqui. Abraços. Marina Mercante




terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O retorno

Dia 15 (9/1)

Puerto Iguazu - Curitiba - São Paulo (1.205 km)

O último dia da viagem foi, para variar, bastante corrido e longo – começou às 6h. Na fronteira,
aproveitamos para trocar por reais os "restos mortais" de pesos argentinos que estavam nas bolsas e esperamos uma pequena fila para carimbar nossos passaportes.

Uma passadinha no Duty Free da fronteira estava no roteiro. Antes, porém, fomos a Foz do Iguaçu trocar o óleo da Pajero. Funcionários da autorizada da
Mitsubishi, a Brizza Motors (Av. Paraná, 803), nos atenderam muito bem.

No Duty Free, fizemos uma espécie de Supermarket, aquele programa que era exibido, em meados da década de noventa, pela Bandeirantes – em que os participantes tinham de fazer as compras no mínimo tempo possível. Estipulamos 30 minutos para as compras, o que incluiu bebidas alcóolicas, chocolate e uma jaqueta. Nós quatro nos separamos na entrada do Duty e nos encontramos na saída, EXATAMENTE meia hora depois.

Depois, voltamos a Foz para fazer saques no Banco do Brasil. Pegamos a BR-227 ao meio-dia. O almoço foi em um posto de estrada, com direito a arroz e feijão, para matar a saudade. Chegamos a Curitiba às 20h45, direto no hotel Lumini, o mesmo do primeiro dia da viagem. Enquanto eu e a Naty ficávamos, a Carol e a Laila seguiram até São Paulo.

O dia seguinte

Eu e a Naty aproveitamos o domingo (dia 10/1) para reorganizar as malas e assistir ao filme do Lula (o filho do Brasil). Fomos ao aeroporto com a falante Teka, uma goiana que mora em Curitiba há mais de 10 anos. Ela nos contou as peripécias de ser uma mulher taxista.


Na sala de embarque do aeroporto Afonso Pena, minutos antes de entrar no avião, ouvi uma mulher e duas adolescentes hispanohablantes tentando falar o português... "Gafas ellos dicen óculos solares", explicou uma delas.

De costas, eu sorri. Para mim mesma, claro. Fiquei lembrando das nossas tentativas de comunicação no idioma espanhol durante as duas semanas desta viagem. E de como estranhamos ao voltar ao Brasil e hesitar nas primeiras frases em português. Sorri também por perceber que muitos se esforçam para que haja uma integração entre nossos países, ainda que os idiomas preguem suas peças, de vez em quando. Mas que vale a pena tentar, vale!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A missão

Missão jesuítica de San Ignacio Mini
Foto: Marina Mercante

Dia 14 (8/1)

Corrientes - Puerto Iguazu (622 km)

Por estarmos em um hotel maravilhoso, resolvemos dormir até mais tarde um pouco. Tomamos um café da manhã em estilo self-service, mas nada que nos surpreendesse - medias lunas e o básico do café argentino. Vimos em um panfleto que Corrientes tem um museu de artesanato no centro. Chegamos lá empolgadas pra comprar, mas só havia uma lojinha vendendo coisas sem muita graça.

Seguimos para Puerto Iguazu. A viagem foi tranquila. A estrada estava melhor e o sol voltou a aparecer. No caminho, dois policiais de trânsito nos pararam interessados em conseguir alguma grana pro cafezinho, mas como já estávamos descoladas, não deu certo. Pediram para ver os equipamentos de segurança - triângulos. Muito solícitas, saímos as quatro do carro falando que tínhamos dois. Abrimos o porta-malas lotado e as coisas começaram a cair no chão ... uma trapalhada. Quando o guarda percebeu que era necessário tirar todas as bagagens, desistiu e nos mandou ir embora.

Missiones - Fizemos uma parada na cidade de Posadas para visitar a Missão Jesuítica de San Ignacio Mini. Segundo o guia local, das onze missões existentes na Argentina, esta é a que se encontra mais conservada. Dotada de aparatos tecnológicos, a San Ignacio é muito bem estruturada e conta a história da catequização dos índios guaranis. Foi muito interessante.

Em Puerto Iguazu dormimos na mesma hostería – a La Cabaña. O dono do local, Seu Juan, nos reconheceu, ficou feliz com o nosso retorno e deu até um descontinho - o quarto quádruplo saiu por 200 pesos (sem desconto, seriam 240).

domingo, 10 de janeiro de 2010

A Costanera

Dia 13 (7/1)

Santiago del Estero - Corrientes (630 km)

Um taxista camarada nos ajudou a sair de Santiago del Estero. A ruta 34, que leva à província de Chaco, tem trechos muito ruins. Para complicar, a chuva demorou a dar trégua. Mas a viagem foi tranquila. Em uma cidadezinha chamada Taboada, é preciso virar à esquerda para tomar a ruta 89, na qual o asfalto melhora consideravelmente.

Para terminar, antes de Avia Teray, pega-se a ruta 16 (aquela reta "interminável" da viagem de ida). Uma volta em Resistencia foi suficiente para captar a mensagem das esculturas espalhadas pela cidade. Elas podem estar em qualquer rua e não impressionam pela grandeza. Mas enfim, tudo pelo currículo, novamente. Como estava cedo, decidimos ir até Corrientes.

"Eu moraria em Corrientes"
Carol

A cidade é muito agradável, de fato. Banhada pelo Rio Paraná, possui uma avenida Costanera, cheia de cassinos, bares e restaurantes. Tem até quiosques no calçadão. Uma graça. O centro, por outro lado, é tumultuado demais, mas "dá naaaaada".

Vista do Rio Paraná a partir da Costanera
Foto: Marina Mercante

Eis que encontramos o hotel Top 5 da viagem: o La Rozada. A diária é salgada (480 pesos), mas valeu pelo descanso e pelo banho maravilhoso. Na verdade, trata-se de um apart hotel. Tem cozinha e dois banheiros.

Top 5 também no jantar. Atendimento bom, crepe delicioso e a ótima cerveja Patagônia. Mas não nos lembramos do nome do restaurante, uma pena :/

As ruínas de Quilmes


Vista aérea das ruínas de Quilmes

Foto: Marina Mercante

Dia 12 (6/1)

Cafayate - Santiago del Estero (354 km)

Fenômeno raro durante toda a viagem, a chuva resolveu aparecer em Cafayate. E forte. Acompanhada dela, pagamos o hotel e nos despedimos da cidade. O café da manhã, servido em uma padaria na praça central, ficou para outra vez. Era comer ou ficar encharcada. Optamos pelas roupas secas.

A uns 55 km de Cafayate em direção a Tucumán, estão as Ruínas de Quilmes. Elas são conhecidas como a Machu Picchu argentina. Em termos de tamanho, a comparação é exagerada, mas a lógica é bem parecida. Lá também foi território inca e há, em meio a um vale coberto por cactos, vestígios das casas dos índios Quilmes. A cidade, construída na encosta da montanha, possui inteligente sistema hidráulico, marcante característica incaica. Para conhecer o local, paga-se 10 pesos por pessoa. Quando chegamos lá, não chovia mais, mas o sol também não apareceu. Para completar o dia, conhecemos o Museu Pachamama, em Amaicha del Vale. A entrada custou 10 pesos também.



Museu Pachamama

Foto: Carolina Mercante

Sem tempo para conhecer San Miguel de Tucumán, dormimos em Santiago del Estero, um pouco mais à frente. O hotel escolhido foi o Libertador, na Calle Catamarca, por 355 pesos o quarto quádruplo. Caro para a limpeza oferecida. O carpete estava molhado e o ar condicionado é das antigas. Valeu pela internet rápida que eles disponibilizam. Há ainda um restaurante muito bom que, no dia seguinte, nos "reapresentou" ao café da manhã estilo norte-americano. Ou seja, a gente se serviu e comeu à vontade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A quebrada e os vinhos

Notícia do dia: El adiós a Sandro (Sandro é um cantor e ator muito famoso pelas bandas de cá. A comoção foi geral, inclusive nossa. Achamos que é como se morresse o Roberto Carlos no Brasil)


Dia 11 (5/1)

Salta - Cafayate (186 km)

Provavelmente pela décima vez, montamos o quebra-cabeça de malas no bagageiro. O percurso para Cafayate foi pela Ruta 68. São 186 km de distância, percorridos em cerca de 3 horas. A Quebrada de Cafayate começa após uns 100km, com uma serra avermelhada e formações rochosas como a Garganta del Diablo, o Anfiteatro, o Sapo e o Obelisco.


Músico salteño no anfiteatro
Foto: Marina Mercante

Mais uma estrada maravilhosa, para delírio dos olhos. No anfiteatro, encontramos um músico salteño que morou durante um ano na Chapada dos Guimarães (MT). Em nossa homenagem, ele tocou Admirável Gado Novo, do Zé Ramalho.
"Eu moraria em Cafayate"
Carol

Em Cafayate, nos hospedamos no hotel Tinkunaku, a 260 pesos o quarto quádruplo e localizado a uma quadra da praça principal. Tem quartos bons, piscina e estacionamento. A água do chuveiro sumiu por um tempinho, mas voltou. A piscina foi providencial, já que o calor estava intenso.

Uva na vinícola El Esteco
Foto: Marina Mercante
Cafayate, no extremo sul dos Valles Calchaquies e a 1.660m acima do nível do mar, é terra de vinhos de altitude, o que concede à bebida um sabor diferenciado, de acordo com especialistas. Paramos na Bodega Vasija Secreta, a mais antiga de Cafayate, com mais de 130 anos, mas o tour guiado já estava no fim e, sem saber, "beiramos" a degustação. Visita de verdade foi na bodega El Esteco, a 20 pesos por pessoa. Uma guia muito simpática tratou de explicar a fabricação dos vinhos. A vinícola é linda e enorme.

Cafayate é outra cidade argentina com vida noturna muito agitada, em especial nos restaurantes e bares ao redor da praça 20 de Febrero (ou praça principal), nosso destino final do dia. Lá, há um Mercado Artesanal, na Avenida Guemes.

O teleférico

Teleférico de Salta
Foto: Marina Mercante


Notícia do dia: Muere Sandro

Dia 10 (4/1)

Dia em Salta

"Eu moraria em Salta"
Marina

Batemos perna na praça. Salta é uma cidade super movimentada e simpática. A praça cumpre bem o papel de congregação dos habitantes. A pé mesmo, conhecemos a igreja San Francisco e o Cerro San Bernardo. A subida foi de teleférico - 20 pesos por pessoa, ida e volta. A vista da cidade lá de cima é linda. Voltamos de táxi, que é bem mais barato que no Brasil. A corrida deu 3 pesos, mas com direito a motorista fumando. Aqui eles não se importam com isso, não. Fumam em qualquer lugar.



Interior do cinema Ópera
Foto: Marina Mercante


A tentativa de assistir a um filme no antigo cinema Ópera acabou no meio da sessão do Los fantasmas de Scrooge, com Jim Carrey. Sem entender nada, eu saí mais cedo e as meninas dormiram na poltrona...

À noite, conhecemos a Calle Barcalce, onde se localizam os principais bares salteños. Quase todos oferecem músicas ao vivo, muitos com danças folclóricas. Dançamos também! Logo depois de descobrirem que éramos brasileiras, claro.